Pessoas com Alzheimer podem se tornar agitadas ou agressivas à medida que a doença evolui. A agitação; isto é, a inquietude, o excesso de preocupação, e a incapacidade de se acalmar podem levar a problemas com o sono e até à agressividade, verbal e/ou física.
Na maioria das vezes, isso ocorre por alguma causa ou evento desencadeante específico. É importante sempre tentar reconhecer essa causa, que pode ser:
– dor, depressão, ansiedade
– cansaço, privação de sono
– constipação
– fralda suja ou molhada
– mudança súbita de casa, cuidador ou rotina
– luto pela perda de algo (ex: direito de dirigir, poder cuidar da casa)
– excesso de barulho, informação ou confusão no ambiente
– ser forçado a fazer algo que não queira (ex: insistir que tome banho determinada hora; insistir que se lembre de algo ou alguém que a doença não permita)
– solidão
– efeito de medicação
Devemos estar atentos aos primeiros sinais de alteração no comportamento, para que possamos intervir na causa antes que a crise de agitação e agressividade ganhe força.
Sempre que necessário, o médico deve ser contactado, para orientar o que fazer, afastar causas que requeiram investigação e tratamento (como infecções) e avaliar a indicação de medicação para controlar a agitação.
Dicas aos familiares e cuidadores:
– Passe tranquilidade e segurança para a pessoa. Escute bem suas frustrações e preocupações. Valide seus sentimentos, com compreensão e empatia.
– Permita que a pessoa mantenha o máximo de autonomia e independência no dia-a-dia.
– Tente criar uma rotina para o horário de comer, tomar banho etc.
– Insira momentos de silêncio e calma ao longo do dia, além das atividades.
– Mantenha objetos conhecidos e de valor sentimental à vista, como fotografias.
– Tente oferecer carinho, músicas calmas, leituras, caminhadas.
– Reduza o barulho, a bagunça e o excesso de pessoas no quarto.
– Tente distrair a pessoa com alguma atividade de seu interesse, ou alguma comida que goste muito, algum objeto…
– Limite a quantidade de cafeína, açúcar e “junk food” na rotina.
E, enfim, enquanto cuidador:
– Tente relaxar, pense se não anda sobrecarregado e se os seus próprios problemas não podem até mesmo estar influenciando a pessoa com Alzheimer.
– Se possível, tente dividir a função de cuidador com outras pessoas e tire um tempo para cuidar de si mesmo.
– Busque ajuda profissional, orientação médica ou psicológica para entender o comportamento do idoso, experimente participar de grupos de cuidadores.
Dra Fernanda Siqueira – Geriatra do Cigga
Fonte: www.nia.gov/health/coping-agitation-and-aggression-alzheimers-disease
