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Polifarmácia: riscos e orientações

POLIFARMÁCIA: RISCOS E ORIENTAÇÕES
Conheça os benefícios dos serviços clínicos do Farmacêutico

Polifarmácia: riscos e orientações

Parte dos idosos considera que sua lista de medicamentos se assemelha a uma “farmácia” devido ao número de medicamentos consumido. Sendo isso bastante preocupante, pois notamos as discrepâncias do consumo de medicamentos (prescritos e não prescritos) que podemos considerar desnecessários ou inapropriados para o idoso.

Na consulta com o farmacêutico, solicitamos que os idosos tragam todos os seus medicamentos prescritos e não prescritos (com as embalagens e os blisteres que contêm os comprimidos) com a finalidade de verificar a validade dos medicamentos, as condições de armazenamento, bem como a forma com que os idosos utilizam cada um dos seus medicamentos (prescritos e não prescritos) no dia a dia. Alguns idosos chegam a consumir mais de 5 medicamentos. E, a essa condição, damos o nome de polifarmácia.

A polifarmácia pode ser definida como o uso de cinco ou mais medicamentos consumido diariamente pela população. Suas consequências mais evidentes são: 

  • Uso inadequado de medicamento alguns idosos não tomam ou esquecem de tomar seus medicamentos na hora certa;
  • Interações medicamentosas alguns medicamentos não podem ser tomados juntos, correndo o risco de um dos medicamentos inibir ou potencializar o efeito terapêutico do outro;
  • Efeitos colaterais sabemos que os idosos são mais propensos a apresentar algum efeito indesejado, mesmo utilizando o medicamento na dose receitada pelo médico. Isso ocorre porque o organismo do idoso conduz a progressivas alterações farmacocinéticas que afetam a absorção dos medicamentos e da farmacodinâmica que modifica o efeito dos fármacos nos órgãos e tecidos.
  • Pouca acuidade visual – alguma limitação na visão pode dificultar a leitura do nome do medicamento na embalagem ou blister, tonando-se perigoso para o idoso, pois aumentam as chances de tomar o seu medicamento errado;
  • Automedicação – são os medicamentos consumidos pela população sem prescrição médica ou sem orientação do farmacêutico, o que muitas vezes resulta em um uso inadequado do medicamento.

Também observamos, na prática clínica, que as prescrições são oriundas das mais diversas especialidades. Alguns pacientes consomem os medicamentos da mesma classe terapêutica sem saber do risco que podem causar para sua saúde e, em geral, sem o conhecimento do seu médico.

Cabe ao farmacêutico, portanto, orientar os idosos quanto ao risco do consumo de medicamentos indicados por familiares ou vizinhos, pois o que é bom para o um pode ser ruim para a saúde do outro. É importante que o paciente traga sempre uma lista de todos os medicamentos prescritos pelos especialistas que acompanham seu tratamento nas consultas com outros profissionais de saúde. Assim, podemos minimizar o uso desnecessário de medicamentos. Por fim, é fundamental procurar o farmacêutico sempre que houver algum problema relacionado com o medicamento, eventos adversos, dúvidas ao tomar medicamentos, dificuldades em adquirir medicamentos, entre outros.

Os cuidados farmacêuticos em idosos polimedicados podem colaborar na produção do cuidado em saúde através dos seguintes serviços clínicos:

  • Revisão da farmacoterapia – consiste na avaliação, por parte do farmacêutico, de todos os medicamentos utilizados pelos idosos, prescritos e não prescritos, a fim de identificar problemas como interações medicamentosas ou baixa adesão ao tratamento, que possam comprometer os resultados terapêuticos, e propor soluções ao usuário e à equipe.
  • Organização dos medicamentos – visa simplificar a utilização dos medicamentos pelos pacientes e corrigir eventuais erros de administração. Para isso, utilizamos os organizadores de comprimidos que esquematizam os horários diários, semanais ou mensais de acordo com a rotina diária e capacidade cognitiva do paciente.
  • Conciliação medicamentosa – consiste na recolha completa da história de medicação dos usuários, nos momentos de transição entre níveis assistenciais (ambulatorial e hospitalar).
  • Acompanhamento dos resultados terapêuticos – os idosos com tratamentos mais complexos e dificuldades no uso dos medicamentos podem requerer um acompanhamento mais longo e frequente por parte do farmacêutico e da equipe de saúde, a fim de que as metas terapêuticas sejam atingidas.

A nossa consulta farmacêutica tem o objetivo de colaborar com a equipe interprofissional, a fim de buscar melhores resultados terapêuticos e garantir o uso correto e seguro dos medicamentos pelos idosos.

Por Deborah Marques e Liziene Arruda

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