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Vamos falar sobre finitude.

Em 2016, o Jornal Inglês The Economist e a Kaiser Family Foundation fizeram uma pesquisa nos Estados Unidos,  Brasil,  Itália e no Japão sobre  esperanças e preocupações em relação aos seus desejos de fim de vida da população.

O mais importante para as pessoas nessa fase da vida depende do local onde vivem.

Nos EUA e no Japão, a prioridade das famílias é o custo com a saúde, como preços de funerais e contas médicas.

No Brasil, por sua vez, a principal prioridade é estar em paz espiritual, talvez isso seja devido a prevalência do Catolicismo.

Já os italianos, priorizam ter seus entes queridos em torno deles na fase final da vida.

Os esforços dos médicos para estender a vida perto de seu fim nem sempre podem ser alinhados com as prioridades de seus pacientes. Viver o maior tempo possível foi considerado o menos importante dentre as sete perguntas da pesquisa realizada.

A maioria das pessoas em cada país disse já ter tido “algum” ou “muitos” pensamentos sobre seus desejos de tratamento médico em caso de alguma doença grave. No entanto, falar sobre tal assunto com as suas famílias ou escrever tais desejos são eventos mais raros.

Os americanos foram os que mais se planejaram com antecedência: 56% já falaram com algum ente querido sobre o tratamento médico desejado, caso sejam acometidos por alguma doença grave; enquanto 27% colocaram seus desejos em documento escrito.

Os japoneses, em contrapartida, foram os mais propensos a ter evitado o assunto, apesar de estarem no país com maior prevalência de idosos. Menos de um terço tinha dito à suas famílias sobre os desejos em caso de doença grave e apenas 6% escreveram tais desejos.

Nos quatro países pesquisados, houve uma enorme discrepância entre o que as pessoas queriam e o que esperavam que acontecessem com elas no final de vida.

A maioria disse que se pudessem escolher onde morrer, morreriam em casa. A quantidade de pessoas que desejam morrer em casa foi menor do que a de esperar morrer nesse local.

Em contraste, esperar morrer no hospital foi muito mais comum do que desejar morrer lá.

Em todo o mundo, falar sobre a morte está deixando de ser tabu. Com o tempo, isso deve ajudar a reduzir a distância entre o que as pessoas querem para suas mortes e o que elas provavelmente irão receber. Embora a morte seja inevitável, uma má morte assim não é.

Dra Letícia Barreto

Geriatra do Cigga

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